A ironia encontrada no título é, na verdade, a realidade que vivemos no Brasil. Boa parte das pessoas acreditam que o racismo não existe mais, por existirem leis de proteção e pela liberdade de ir e vir (ambas ilusórias, diga-se de passagem).
Acabam até maquiando o racismo para parecer qualquer outra coisa, assim continuam acreditando que não são racistas. Como diria o Gabriel o Pensador: “o racismo é burrice, mas o mais burro não é o racista, é o que pensa que o racismo não existe.”
Entretanto, ele não só existe como está na fundação de nossa sociedade. Se a renda mensal é fator importantíssimo para um bom estudo, boa alimentação e uma vida decente, como explicar tamanha disparidade no mercado de trabalho sem apontar o racismo existente?
Na última quarta-feira (13), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou o resultado de um estudo que revela que o trabalhador negro recebe 36,1% a menos do que um não negro; a diferença aumenta ainda mais quando o nível de escolaridade de ambos é maior.
Além disso, o número de negros que conseguem alcançar um cargo superior também é mínimo. Na região metropolitana de São Paulo, 18,1% dos trabalhadores não negros alcançam cargos de chefia, enquanto que apenas 3,7% dos negros são promovidos na hierarquia das empresas.
A pesquisa “Os negros nos mercados de trabalho metropolitanos” foi realizada nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza e Brasília.
Vi na Revista Fórum.
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