Não é necessário chegar o “Dia da Consciência Negra” para percebermos o quanto o racismo ainda é evidente nos dias de hoje, embora muitos acreditem que ele não exista.
No papel, talvez, o racismo tenha acabado, com leis teoricamente justas. Entretanto, a aplicação dessas mesmas leis na prática, que é onde realmente importa, é completamente oposta.
Depois da confirmação que trabalhadores negros recebem salários 36,1% menores que não negros, agora um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que a cada três homicídios no Brasil, em dois a vítima é negra.
A própria pesquisa aponta o racismo como a maior causa dessa diferença, sendo que toda violência a mais contra negros reduz sua expectativa de vida no Brasil em 1,73 ano; em estados como o Espírito Santo e a Paraíba, a redução é ainda maior: 5,2 anos e 4,8 anos, respectivamente.
Outro dado interessante, que também foi usado pelo IPEA, vem do Censo de 2012: a taxa de mortes violentas entre os negros é de 36 mortes por 100 mil; entre os não negros, de 15,2.
Embora outros fatores (educação, emprego, renda e localização do domicílio) precisem ser levados em consideração, eles responderiam por apenas 20% da diferença, sendo os outros 80% creditados à cor da pele, de acordo com a pesquisa. “O negro é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação socioeconômica e por sua cor de pele”, afirma o estudo.
Colocando isso em números, a pesquisa aponta sua principal conclusão: negros correm 8% mais riscos de se tornarem vítimas de homicídio do que brancos, ainda que nas mesmas condições de escolaridade e características socioeconômicas.
Vi no Estadão.
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