Atualizado em 09/01/2016
Desde o sábado (10), quando foi publicado na Internet, são quase 10 milhões de visualizações no vídeo oficial (imagine se contarmos as inúmeras cópias e outras versões!).
Dois adolescentes britânicos subiram no palco do “Britain’s Got Talent” (uma espécie de show de talentos deles) e mandaram um RAP contra o bullying, escrito por eles mesmos.
Ovacionados pelo choroso público e muito elogiados pelos também chorosos jurados, a dupla de 13 e 15 anos ganhou o mundo com a sua história.
Leondre, o mais novo, contou que sofria muito com o bullying na escola e que através do RAP encontrou uma maneira de superar aquilo tudo. Britânicos, mas poderiam muito bem ser brasileiros.
As rimas da música em questão descrevem quase que literalmente o que acontecia com ele; no refrão, o parceiro Charlie chega com uma voz daquelas também.
Emociona; e entristece. Emociona porque enquanto vemos muitos rappers usarem seu espaço para destilar ódio contra outros rappers, podemos nos tranquilizar em muitos jovens que entendem o verdadeiro significado por trás da cultura. A expressão “salvos pelo Hip Hop” poderia se encaixar muito bem na vida dos dois britânicos.
Mas, me decepciona pensar que se essa apresentação fosse no Brasil, os dois garotos teriam sido “linchados” por certos “integrantes do Hip Hop”. Afinal, eles são brancos, usam uma roupa mais popzinha, o cabelo arrumadinho e tão sempre sorrindo.
Pra muitos integrantes da cultura de rua, que sempre reclamaram de serem excluídos da sociedade por sua aparência, a aparência dos moleques os exclui da cultura de rua, independente do sentimento por trás da música deles.
Já não parece importar mais se eles estão utilizando o RAP exatamente pro seu propósito maior, que é levantar a auto-estima de quem canta e dos que ouvem, dar força pra seguir em frente, levar uma mensagem, etc.
Seria triste ver “integrantes do Hip Hop” negarem a eles o direito de realizar um sonho e fazer seu RAP, como temos visto tanto por aqui. Será que em meio a tantas críticas que fazemos ao RAP gringo, podemos dizer que estamos levando o nosso movimento pro lugar certo?
Em meio a tanta reflexão, só sei de uma coisa: sorte deles que são britânicos…
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