Texto do MV Bill e improviso do Rashid reforçam as críticas à “Lei do boné”

Em um texto escrito exclusivamente para o Estadão, publicado no último sábado (24), MV Bill deu sua opinião sobre a Lei 6.717/2014, popularmente conhecida como “Lei do boné”.

Criada pela deputada estadual Lucinha (PSDB-RJ), a lei, que proíbe “o ingresso ou permanência de pessoas utilizando capacete ou qualquer tipo de cobertura que oculte a face nos estabelecimentos comerciais, públicos ou abertos ao público”, entrou em vigor no último sábado (17), no Rio de Janeiro.

Embora o rapper ressalte que o uso do boné só ficaria impedido se este cobrisse a face, ele mostra enorme preocupação com a subjetividade criada.

“[A subjetividade da lei não agrada] nem a mim nem a nenhum dos milhões de brasileiros historicamente marginalizados que sabem, desde pequenos, que a tal da subjetividade nunca será favorável a nós. É a subjetividade que nos impede de ser bem atendidos em uma loja de grife. A subjetividade no Brasil é construída no contexto de uma sociedade que nivela pobres a marginais que estão sempre na iminência de cometer algum delito – aguardando apenas uma oportunidade e uma forma de se esconder”, escreveu.

MV Bill também questiona se a lei será aplicada aos bonés usados em festas no Jockey Club e lembra que outros utensílios semelhantes marcaram época, como a boina de Che Guevara e o chapéu-coco de Charlie Chaplin.

“Faço aqui uma ‘apologia’ do boné porque não vou deixar de usar e não vou permitir que me achem um bandido por isso, como sempre acharam”, afirmou. “Leis foram feitas para serem cumpridas, mas também emendadas, questionadas ou revogadas. Acredito que a intenção foi boa e torço para que ela dê certo. Porém, seus critérios de aplicação têm que estar expressos na própria lei e não baseados no que cada um acredita. Se for assim, aí tiro o meu boné pra lei”, concluiu.

Leia o texto completo do MV Bill, “Apologia do boné”;
OPINIÃO: “Não tiro meu chapéu pra”Lei do boné”.

Com a mesma temática, mas no dia anterior, o Estadão já havia publicado um vídeo do Rashid rimando sua opinião. Adepto ferrenho do utensílio, ele mostrou o seu próprio “Foco na missão” e lembrou que até os policiais usam boné, entre outros versos.

Vi no Estadão.

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