Estamos cercados de pessoas socialmente invisíveis. Mágica? Muito pelo contrário: triste realidade de milhares de moradores de rua pelo país. Se são visíveis a olho nu, a sociedade desconhece.
Entretanto, nem todos pensam assim. As jornalistas Rosina Duarte e Clarinha Glock, por exemplo, resolveram transformá-los em colegas de profissão e idealizaram, ainda em 2001, o “Boca de rua”, o único jornal do Brasil feito por moradores de rua.
Pra contar essa história, na última quarta-feira (6), foi disponibilizado o minidocumentário “Vozes de uma gente invisível”, que traz depoimentos e explica como a produção funciona.
Até agora, mais de 150 pessoas passaram pelo jornal e cerca de 70 já deixaram de morar nas ruas; atualmente, o jornal tem 30 integrantes e circula a cada três meses em Porto Alegre/RS.
“Antes de conhecer o jornal Boca de Rua, eu não sabia ler, não sabia escrever. Hoje, graças a Deus, eu escrevo, eu bato foto, eu entrevisto e isso pra mim foi uma grande coisa porque quando eu tô com o jornal me sinto uma pessoa totalmente diferente”, comenta José Rodrigues, integrante do Boca.
Além de ajudar no aprendizado, o projeto também dá aos moradores de rua participantes uma fonte de renda através da venda dos exemplares. Aliás, em uma dessas vendas, mais especificamente em 2011, Marcelo Andrighetti, diretor do documentário, conheceu o trabalho.
“Vozes de uma gente invisível” faz parte do programa “Rumos”, do Itaú Cultural; a instituição propôs uma ação inovadora que premiou 10 diretores brasileiros para a realização de web-documentários.
Vi no Brasil de Fato.
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