Na última quinta-feira (28), o Festival Quebramar levou o Hip Hop para dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (IAPen).
Além de grupos de dança de rua e das habilidades instrumentais do DJ, grupos de RAP também mostraram seus versos, principalmente aqueles ligados diretamente com a realidade dos exilados.
“Nossa música é para conscientizar os internos e deixar de lado o preconceito, que acabei também sofrendo por ter passado um ano e quatro meses preso”, comentou Natanael Brito, um dos rappers a se apresentarem, ao G1.
Como livre que o estilo é, a sessão de RAP abriu espaços para internos também mostrarem seus versos. Não à toa o gênero surge também pela sua espontaneidade e muitas vezes pela falta de oportunidades de comprar um instrumento ou de uma voz mais potente.
“Eu improvisei na hora, mas tenho outras guardadas na cabeça, que escrevo quando estou na cela. Eu tive essa oportunidade e cantei para mostrar o nosso trabalho e o que os internos passam”, relatou à matéria Daniel Almeida, um dos internos a rimarem.
E toda essa animação e vontade de se expor, de colocar pra fora o que muitas vezes foi inibido pela sociedade, causada pela cultura de rua levou os responsáveis pela penitenciária a pensarem em maneiras de dar continuidade e instigar os internos a participar cada vez mais.
“O hip hop se identifica muito com os internos, então pretendemos iniciar ações do tipo dentro da penitenciária para criar cada vez mais oportunidades aos reeducandos”, disse o diretor-presidente do Iapen, Nixon Kennedy.
O incentivo à cultura ajuda tanto na ressocialização que tantos outros projetos a trabalham; o próprio Dexter leva às prisões do Brasil todo o “Como vai seu mundo“, um projeto que leva música e cultura para os detentos em regime semi-aberto.
Vi no RAP Nacional que viu no G1.
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