Entrevista exclusiva: AXL fala sobre Rua do Flow, clipes e os próximos passos

Atualizado em 17/10/2013

Fomos atrás de algumas camisetas “É nóiz memo vagabundo” e saímos com uma entrevista muito da hora. Depois de alguns vídeos e sons de sucesso, o rapper AXL conta-nos um pouco sobre o movimento no “Vale Zika” de São Paulo e sobre o futuro de sua carreira.

Mês passado mesmo falamos aqui no site sobre o clipe de “Não, mano”, último lançado pelo AXL. O clipe tratava das atividades de vendas de CD e produtos, mas num enredo meio máfia, tipo pesado mesmo. Se você não é um dos milhares que já viram, tá aí. Se é, bom, vale a pena ver de novo:

Depois do clipe, mandamos um e-mail para abastecer nosso estoque, conseguir algumas camisetas para revenda e, ideia vai, ideia vem, conseguimos uma entrevista bem da hora com o rapper.

Entrevista:

VSR: A Rua do Flow era um evento. Hoje, vemos o selo nos cds, vídeos e tal. O que seria de verdade “A Rua do Flow”?

AXL: A “Rua do Flow” começou como uma Batalha de Freestyle que organizávamos em Jacareí. A repercussão foi tanta, que devido ao crescimento de público e do nível dos MC’s, precisávamos crescer também, como evento. À partir deste momento a “Rua do Flow” virou um símbolo. Um movimento, aqui no Vale do Paraíba. Organizávamos shows, exposições, campeonatos de skate e a Batalha de Freestyle.

Falando em negócios, conhecemos todas as falcatruas atrás do “mundo” de casas-noturnas, já caímos várias vezes e isso nos preparou para conseguir trazer de forma justa qualquer artista que passe pelo Vale. Para ter uma noção, eu e minha equipe produzíamos as festas e éramos todos menores de idade. Era um lance tipo, a gente queria ir ao show de tal artista, mas ninguém da região trazia, então começamos a organizar isto.

Já produzimos eventos com MV Bill, Emicida, Criolo, Cone Crew, Projota, Rashid, Marechal, Pentagono, Flora Matos, Ogi, Slim Rimografia, Max B.O, Terra Preta e diversos artistas da região. Só em 2012 já produzimos 5 eventos e temos um em andamento para Maio. A intenção das festas/eventos nada mais é que movimentar a cena na região.

Hoje em dia a “Rua do Flow” é meu selo, minha equipe, minha família. Nós, juntos, além de produzir as festas, divulgamos tanto virtual como manualmente, produzimos e gravamos nossos cd’s, vídeos, roupas e acessórios.

VSR: Aliás, temos visto em vários lugares. Vez ou outra, um vídeo, uma nova música, cd, organização de eventos, documentário, camisetas… Qual o seu envolvimento nessas paradas todas?

AXL: Passa tudo por minha aprovação… Afinal, a centralização dos trabalhos da “Rua do Flow” é o AXL. As metas, cronogramas e lançamentos são voltados a minha carreira, então, são feitos no meu tempo.

Meus vídeos escrevi e dirigi o roteiro de todos, exceto o “É Nóiz! [REMIX]” que o Toddy dirigiu, mais a idéia de juntar o pessoal e a produção executiva foi minha, e o “Não, Mano!” que contou também com a direção do Bruno Cons e lançamos tudo isso pela “Rua do Flow”.

Na questão de músicas e cd’s, isso depende do meu tempo. Não gosto de lançar músicas avulsas. Prefiro que elas se encaixem em um espaço, cada disco é um momento, uma época da minha vida. Foi assim com o “Curta Metragem”, “Caos Pessoal” e “Quando é Preciso Voltar”.

Os eventos acontecem 1 vez por mês. Como fico antenado com lançamentos, escuto tudo que chega até mim por algum motivo, gosto de “dar oportunidade” a quem mostra trabalho. Mas sempre sentamos e escolhemos os artistas pelos lançamentos e movimentação aqui na região.

O documentário “10 mil cópias” surgiu pela necessidade. Já vendíamos cd’s no centro há muito tempo. Antes era 70 por dia, passou a ser 250… 300, e esse crescimento era visível, sempre trabalhamos com metas. Em uma conversa, todos aceitaram o desafio de vender 10 mil CDs e conseguimos! Na segunda parte do documentário, que irá sair daqui alguns meses, iremos mostrar não só as vendas do “Quando é Preciso Voltar”, mas também da mixtape “Caos Pessoal” e outros produtos que trabalhamos como o Shape e as camisetas. Calculamos que até o lançamento da segunda parte, já iremos ter vendido cerca de 18 mil cd’s, totalizando todos os lançamentos.

Camisetas e acessórios tem um processo diferente, lançamos conforme os discos e clipes. Foi assim com a camiseta “ÉNÓIZMEMOVAGABUNDO”, que foi lançada junto com o single “É Nóiz!”. Passei a idéia da frase para o Bruno Cons e ele criou a arte. As outras peças como a “Rua do Flow Avante” e a “Quando é Preciso Voltar” foram feitas por artistas da região que tenho muita afinidade e apreço pelo trabalho, Matheus Maths e Bruno Brito.

Tudo funciona como uma empresa, e os lançamentos são à partir dos meus trabalhos… A equipe “Rua do Flow” é essencial em tudo isso.

VSR: No seu último cd, “Quando é preciso voltaR”, você trabalha trampa exclusivamente nas batidas do Skeeter. Como é que surgiu essa parceria e a ideia de “po, vamos gravar um cd juntos?”?

AXL: Em 2010 lancei a mixtape “Caos Pessoal”, sentia a necessidade de lançar algo em 2011, até pela atmosfera que já era outra, mas não gostaria do mesmo formato. Como trabalhei bastante com o Skeeter na “Caos Pessoal”, e ele também é do Vale do Paraíba, se encaixou perfeitamente na idéia.

A intenção não era somente gravar um álbum colaborativo, mas também produzi-lo juntos. Sentei com o Skeeter e conversamos, de primeira ele aceitou a idéia e convidei ele para morar conosco no estúdio. Tínhamos uma casa, a sede da “Rua do Flow”, escritório, estúdio e ilha de edição e criação. Hoje estamos de mudança… Passamos cerca de 70 dias produzindo, intensamente. E o resultado foram as 10 músicas do “Quando é Preciso Voltar”.

VSR: Dessa parceria, saiu a música “Não, mano!” que fala bastante dessa de vender e a “empresa”. O refrão é feito em cima da “Triunfo”, do Emicida. É apenas uma escolha comum ou o rapper e a Laboratório Fantasma são uma inspiração pra você e para a “Rua do Flow”?

AXL: Com certeza são inspiração. Mas, desde o começo do disco, queria uma música com um frase nacional sampleada no refrão. Colocamos várias acapellas, quando rolou a “Triunfo” do Emicida, me identifiquei com a frase de primeira, e ela gerou essa programação que o Skeeter fez no refrão. A música foi escrita a partir deste momento…

VSR: No clipe de “Não, mano”, vimos uma parada meio máfia. Uma parada meio underground, foco no trabalho, fazer com as próprias mãos. É isso mesmo? Qual a mensagem que cê quis passar?

AXL: A idéia era essa, passar nossa atmosfera de trabalho. O corre do dia-a-dia, 24h por isso. E também colocar a atenção das pessoas nas cópias vendidas. Escrevi o roteiro após o documentário.

VSR: Paramos agora pra dar uma olhada. Seus principais vídeos já acumulam dezenas (e até centenas) de milhares de views no youtube. Qual é o segredo desse sucesso?

AXL: O segredo é ter do lado pessoas que realmente acreditam no trabalho. Esse reconhecimento é o fruto. Não só os milhares de views no Youtube, mas também os milhares de cd’s vendidos. Por onde passamos, procuramos dar o máximo de atenção para os fãs. O “máximo” talvez seja esse o segredo. Lutamos e buscamos a todo o momento. 100% transpiração.

VSR: Acabaram de lançar um clipe, mas já devem tá com outra parada na cabeça. Algum plano pra música nova ou vídeo?

AXL: Desde o ínicio da gravação do “Não, Mano!” já tinha outro clipe em processo. Tudo indica que iremos terminar as gravações agora em Maio. É o clipe da música “Preciso Voltar”, com participação do Rael da Rima. Após o lançamento do clipe, irá sair também a música “Não, Mano! [REMIX]”, o documentário “10 mil cópias com a Rua do Flow part. 2” e assim finalizamos os trabalhos do “Quando é Preciso Voltar”. Já tenho o formato e conceito do novo trabalho na cabeça, com todo certeza, será meu maior trabalho. 2013.

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