O dia em que Dexter fez um show na Cracolândia

No último dia 4, o Efêmero Concreto disponibilizou vídeo da intervenção artística realizada pelo Dexter na Cracolândia, em São Paulo.

A série convidou o artista a elaborar e a realizar uma intervenção artística em algum ponto de São Paulo; junto com atores da companhia Dragão 7 e o DJ Loo, o rapper fez um show sem anúncios, sem avisos, para cerca de cem pessoas.

“Você chegar na Cracolândia e cantar pras pessoas e fazer daquele momento ou daquele dia um dia diferenciado pra ela, é muito importante. Eu acredito que a gente foi lá plantar uma sementinha do bem”, comenta ele. “No momento que eles tavam lá com a gente, eles esqueceram que tinham que fumar mais uma pedra; que eles tinham que pegar mais uma vez no cachimbo. E foi assim, umas 3, 4 horas de uma intervenção que, quando eu saí de lá, eu saí triste por deixar essas pessoas lá, mas saí feliz ao mesmo tempo de saber que aquelas 4 horas que a gente ficou lá, eles não pensaram em fumar”, completou.

Na matéria completa sobre a intervenção, Dexter fala sobre outros assuntos e uma chama a atenção, ainda mais em meio ao ambiente que o show é realizado: a legalização das drogas.

“É verdade que, não liberando, as pessoas matam, morrem e faturam. Mas será que, com a liberação, não vai continuar a mesma coisa, à exceção de o cara não ser preso se comprar uma cotinha ali?”, questiona. Embora soe conservador, seu discurso é pensado sob o ponto de vista dos párias sociais. “Prefiro pensar na educação das pessoas primeiro, aí elas decidem o que querem. Se você chega nessa praça e diz, ‘ó, tá liberado’, os irmãozinhos ali vão continuar roubando. OK, você acaba com os barões da droga. Mas e o problema DELES?”, aumenta a voz, apontando para os dependentes. “A droga é uma forma de anestesiar a vida, morou? Tenho que comer a comida do lixo, dormir no chão, e a droga me anestesia, não me dá fome. Olha, não sou o dono da verdade. Na periferia os caras não têm dinheiro, chapa. Eles vão continuar te roubando, hein? E o câmbio negro vai continuar mesmo assim. Talvez o playboy queira a liberação, porque pra ele vai ficar mais fácil: ele tem grana pra comprar. Mas quero saber é do problema DELES”, conclui.

Leia o texto completo sobre a ação no site do Efêmero Concreto.

A intervenção foi realizada em julho.

 

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