Atualizado em 05/09/2014
No último sábado (5), o Ocupe Estelita promoveu o “Som na Rural”, um show gratuito com as participações de Criolo, Lirinha, ex-vocalista do Cordel do Fogo Encantado, DJ Dolores e DJ Renato da Mata.
Um dos momentos mais especiais da noite, que foi considerada histórica pelos presentes e veículos locais, aconteceu quando o rapper cantou uma música de apoio ao movimento. Embora ainda não tenha sido lançada oficialmente, “Sangue no cais” foi apresentada nos shows em parceria com Mulatu Astatke, em alguns SESCs de São Paulo.
“Doze torres no cais, doze torres a mais. Erro das estatais, o sangue jorra no cais. A lama, o drama, a fama dos cartões postais. O drama que emana da fome desses animais. O povo protege o Recife e seus ancestrais por mais que se quebram e choram na beira do cais”, versa.
As linhas fazem referência a todo desenrolar de acontecimentos que seguiram a ocupação do Cais José Estelita, no dia 21 de maio, em Recife/PE. Os ativistas são contrários ao projeto Novo Recife, que prevê a construção de 12 torres residenciais e comerciais no terreno em questão; o Consórcio Novo Recife, formado por um grupo de grandes empresas, é o responsável pela obra.
No dia 17 de junho, a PM cumpriu de forma extremamente violenta a reintegração de posse concedido pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco e o movimento migrou para o viaduto Capitão Temudo, nas proximidades do Cais; o viaduto fica ao lado da Praça Abelardo Rijo, onde aconteceu o Som na Rural.
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