Atualizado em 09/01/2016
Com identidade nunca revelada, Banksy se tornou uma figura da cultura popular mundial, assim como são os personagens d’ Os Simpsons.
Em 2010, no episódio “MoneyBart”, terceiro da 22ª temporada, o artista das ruas foi chamado para fazer a entrada da série e o resultado não deve ter agradado muito os produtores. “Isso é o que você ganha quando terceiriza”, teria dito um deles, segundo o Omelete.
Acostumado a transformar cenários cotidianos em duros protestos, o britânico deitou e rolou nos quase dois minutos que lhe deram. Os outdoors e as paredes pixados com seu nome foram apenas o aquecimento; “Eu não devo escrever nas paredes” no quadro-negro e nas paredes deram o tom.
Mas, a parada esquentou mesmo quando Banksy encenou toda uma produção escrava na criação das peças do programa, desde os DVDs aos bonecos. Nem a brincadeira com pandas carregadores e unicórnios quebradores de CDs amenizou a crítica à exploração da mão de obra barata.
De acordo com o Omelete, na época, tinha acabado de ser revelado que parte da animação era realizada na Coréia do Sul, onde animadores recebem 1/3 do salário que receberiam nos EUA.
Tudo bem, tudo bem, Banksy enviou uns quadros, os caras do programa receberam, curtiram, fizeram 95% do que ele pediu, passaram pela FOX e tudo foi aprovado. Tudo bem, eles vão dizer que é só uma sátira como outra qualquer do programa porque, na verdade, as condições de criação dos desenhos não são aquelas, etc, etc, etc.
Ainda assim, conhecendo a exploração das grandes empresas como já conhecemos nos dias de hoje, fica difícil imaginar que o artista tenha feito apenas uma piada. Ele fez o que melhor sabe fazer: uma intervenção. Na TV, mas poderia ser na rua, como todas as outras, independente da grana envolvida e de quem o estivesse pagando. Sim, isso ainda é possível nos dias de hoje…
seja o primeiro a comentar