Pesquisa mostra que apenas 1,6% dos moradores de favelas têm ensino superior completo

De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) baseada no Censo 2010, apenas 1,6% dos moradores de favelas e de outros assentamentos irregulares possuem ensino superior completo, número bem inferior ao de locais considerados mais desenvolvidos, onde a porcentagem chega a 14,7%.

A pesquisa apontou também que cerca de 86,9% dos estudantes residentes em favelas estudam em escola pública, contra 63,7% nos bairros tradicionais, onde há escolas privadas.

A dimensão das desigualdades entre favelas e outras áreas urbanas foi mostrada pela primeira vez em um estudo“, destacou Maurício Gonçalves, pesquisador da Coordenação de Geografia do IBGE, em entrevista coletiva. “Ter níveis de escolarização tão diferentes mostra dois mundos em um mesmo espaço“, disse o profissional.

Na pesquisa uma comparação entre dois locais do Rio de Janeiro deixa claro o quanto zonas periféricas sofrem distúrbios sociais. Os bairros de Glória e de Copacabana foram analisados e os números são alarmantes, pois enquanto os dois bairros, considerados desenvolvidos, cerca de 50% dos moradores possuíam estudos universitários, as regiões de favelas localizadas nas proximidades continham 50% de moradores que não tinham concluído os estudos primários.

Em relação à renda, foi mostrado que 31,6% das famílias que residem em bairros periféricos possuem uma renda média por pessoa de até meio salário mínimo (cerca de R$ 339), já em outras regiões, apenas 13,8% das pessoas vivem com o mesmo valor. A pesquisa revelou também que apenas 0,9% das famílias que vivem em favelas ganham uma renda acima de cinco salários mínimos (R$ 3.390), contra 11,2% dos bairros tradicionais.

O acesso à internet foi outro dado colhido, onde nas favelas o número de famílias com acesso é de apenas 20,2%, contra 48% das outras regiões.

As informações podem ser conferidas no site oficial do IBGE.

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