Até antes da preparação da cidade de São Para a Copa do Mundo, quem passava pela av. 23 de Maio podia conferir o grande espaço graffitado pelo Nunca. Sem ser tocada há quase 10 anos, a obra foi coberta com o tradicional cinza por uma empresa terceirizada pela Prefeitura, história que se repete como bem nos mostra o filme “Cidade cinza”.
Leia mais:
– Prefeitura de SP dará treinamento a funcionários para evitar apagamento indevido de graffitis;
– Com vassoura e água, Mundano “liberta” graffitis em São Paulo;
– Filme “Cidade cinza” quer mapear muros que tiveram grafites apagados em São Paulo;
– Com Criolo na trilha sonora, trailer de filme sobre grafite em São Paulo é lançado.
No entanto, o graffiti havia sido feito com autorização do SESC, em 2005. Depois de alegar ainda em junho que a empresa não conseguia distinguir “arte de rua” e “vandalismo”, a Prefeitura decidiu em reunião com o secretário de Subprefeituras, Ricardo Teixeira, que a mesma seria responsável por financiar uma nova obra no local.
Um aluguel de andaime para alguns dias e aproximadamente 600 latinhas depois, Nunca já finaliza o espaço, no que ele chama de “primeira vez na história” que a empresa que apaga terá que pagar a repintura total.
“Arte pública é tão importante quanto necessária em uma cidade muitas vezes tão desumana como a nossa.Que a velha história do ‘apaguei por engano’ não se repita”, escreveu ele em sua página no Facebook.
Numa aproximação aos graffiteiros, as autoridades locais estão criando uma cartilha pra que tais ações não se repitam. Entretanto, a discussão não é somente entre eles. Para o ‘pixador’ Cripta Djan, o desenho apagado é um espaço livre para um novo desenho surgir. Caso contrário, para ele, não há renovação. “Começa a ter o mesmo autoritarismo que a propriedade privada exerce sobre espaço público”, teria dito à Folha.
No final das contas, entre apagar tudo e apagar nada, o revezamento é, possivelmente, a única saída justa. De qualquer modo, é importante que a troca tenha um certo aviso/explicação, assim evitaria-se a arbitrariedade com cara de censura que temos visto muito por aí.
seja o primeiro a comentar