Depois de tantos boatos, parece que estamos finalmente nos aproximando do novo disco do Racionais. Sem mencionar datas, Ice Blue revelou alguns detalhes sobre o novo trabalho à coluna “Na Pegada da Periferia”, de Juca Guimarães no Diário de S. Paulo.
O rapper reforçou a importância de criar a produtora Boogie Naipe, que trampa na parte burocrática e permite que os integrantes se dediquem especificamente à arte. Ele confirma que o grupo não esteve parado, mesmo lançando pouco nos últimos anos.
Blue também destaca a importância da Internet e como ela ajudou a nivelar os trabalhos, principalmente em relação a um mercado supostamente mais avançado, que é o estadunidense.
“Em relação à mixagem e à masterização ainda tem uma diferença”, ressalvou ele. “Até por isso, pela primeira vez, vamos fazer a mixagem do nosso próximo EP lá fora para ter essa experiência e ver como é. Aqui no Brasil nós gravamos nos melhores estúdios. Mas ainda queremos ver como é trabalhar com a estrutura que eles têm por lá”, completou.
Assim, ele confirmou o que KL Jay havia dito há alguns dias: o novo disco do Racionais será mesmo um EP; o DJ, no entanto, revelou que o trampo sairá ainda em 2014 e com em torno de dez músicas.
Leia mais:
– KL Jay critica “Somos todos macacos” e confirma inéditas do Racionais em 2014;
– Racionais divulga vídeo de show no Rio de Janeiro, o primeiro da turnê especial de 25 anos.
Se realmente for lançado, será mais uma ótima maneira de celebrar os 25 anos do grupo, além da já iniciada turnê especial. Perguntado pela mesma matéria sobre os versos e músicas mais marcantes dessa história, Ice Blue cita “Entre o sucesso e a lama”, do som “Negro drama”.
Se hoje o rapper pode gozar do sucesso monstruoso que faz junto com os outros três pretos “mais perigosos do Brasil”, nem sempre foi assim “fácil”; muito pelo contrário.
“Para mim as lembranças do início de carreira são as mais sofridas porque foi uma época de dificuldades. Para mim foi uma ação totalmente Kamikase. Larguei tudo para me dedicar 100% ao Racionais MCs e não entrava dinheiro. Tinha dias que não tinha grana para nada, mas eu estava lá na luta com eles. Eu sabia que ia virar. Eu tinha 18 anos e trabalhava numa fábrica que era fornecedora da Pierre Cardin. Eu cortava calças e falei: ‘Não vou mais acordar às 5h para bater cartão às 7h e trabalhar o dia todo. Vou fazer o que gosto, vou atrás da música’. A partir dali não fui mais. Larguei mesmo. Deixei para trás”, contou.
Vi no blog “Na Pegada da Periferia” e recomendo que leiam a entrevista completa.
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