É comum em nossas periferias passarmos por ruas e notarmos a presença de mais de um bar ou mais de uma igreja.
A simplicidade da nossa gente faz com que igrejas e bares sirvam de verdadeiras válvulas de escape da rotina. Assim, esses locais se multiplicam mais e mais em nosso país.
Crescemos jogando bola nas ruas e ouvindo cultos fervorosos como trilha sonora, pedimos moedas aos nossos pais e vamos direto ao bar comprar doces ou salgados. Já adultos, nos vemos voltando do trabalho e encontrando os amigos de infância que antes apenas ouviam cultos, nos convidando para louvar a palavra do Senhor, ou até mesmo indo ao bar afogar as mágoas da rotina dentro de um copo de cerveja.
Igrejas e bares são os refúgios de fé e de lazer mais próximos que temos, acessíveis à nossa condição financeira e onde nos sentimos em casa, tendo gente como a gente ao lado.
Dentro desse cotidiano percebemos que fazemos parte de um circulo vicioso, nascemos crescemos e morremos na mesma realidade. Raros são os pontos fora do gráfico, nessa matemática onde pro governo quanto menos questionarmos melhor.
Frequentadores de bar ou de igreja, todos somos seres humanos, e somos nós os próprios agentes de mudança do nosso futuro. A fé e o lazer que encontramos por aqui, muitas vezes nos fecham os olhos para os anos que passam e nos deixam sempre nas mesmas condições. Trabalhando em algo que nem sempre nos agrada, recebendo um salário que mal pagamos as contas e tentando arrumar jeito de manter nossa fé e nossa diversão.
O Rap em várias vertentes tenta mostrar que podemos ser mais, mesmo vindo de um lugar onde oportunidades são raras. Se você não faz por você, ninguém o fará.
A motivação pra toda essa reflexão veio da música “Observando o caos” do Terceira Safra, e assim como eu, espero que muitas outras pessoas também reflitam sobre o assunto. O ato da reflexão já traz motivação pra mudança daquilo que não julgamos correto.
“A luta nunca é em vão, há sempre uma solução. Seja o que você quiser”
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