Atualizado em 11/04/2014
Nesta quarta-feira (12), Emicida lançou a música “Obrigado, Darcy (O Brasil que vai além)”, que contou com a participação de Rael e a produção musical de Nave.
O som é uma homenagem ao antropólogo Darcy Ribeiro, responsável por vários livros sobre o “Brasil que eles tentam esconder”, com destaque para os povos indígenas e a educação; disponibilizado junto, o vídeo traz imagens principalmente de estúdio durante a gravação do trabalho.
“A letra fala de coisas felizes e coisas tristes também, mas ela tem um espírito de esperança, que é uma característica que o Brasileiro tem. Pra mim é especial poder trabalhar uma canção que desenhe o Brasil de hoje e o Brasil real porque ele é um cartão-postal que é um retrato sem Photoshop”, contou Emicida.
Saiba mais:
– Em vídeo, Emicida revela detalhes sobre música “Obrigado, Darcy (O Brasil que vai além)”;
– Veja como foi a passagem de Emicida, Rashid e DJ Nyack pelo SXSW, nos EUA;
– Antes de nova música, Emicida conta mais sobre sua “história de superação”.
“Obrigado, Darcy (O Brasil que vai além)” foi lançada na passagem do rapper pelos Estados Unidos, durante o festival SXSW; música-tema da Casa Brasil, localidade que destaca a cultura nacional no evento, ela foi composta a pedido da Apex Brasil.
O som foi mixado por Mauricio C. e masterizado por Tony Dawsey (Master Disk); o vídeo foi dirigido por Adolpho Knauth.
Abaixo cê confere a letra da música:
Calo nas mãos
Bola nos pés
Banzo ou não
Diz quem tu és
Arranha-céus ou igarapés
Força de bateria nota 10
Ao olho alheio, tio
Trem sem freio, viu
É um coração cheio, um estômago vazio
É a bunda da mulata ou é um moleque de fuzil
Paixões e contradições mil
Sob o Cristo do Rio, riso efêmero
Po, qual tua cor? Valor? Qual teu gênero?
Se descer sem sambar, eles tremerão
Com roteiro de inspirar James Cameron
Terra de Vera Cruz, luz, berço da vida
Os vilão que é do bem, dos heróis genocidas
Sonho de paz, outros Carnavais
Sou do povo que tem como seu maior bem
Gritar gol (x4)
Do Oiapoque ao Chui
É isso que eu sou
Mistura de Tupi com sangue de nagô
Herdeiros de Zumbi
Batuque de tambor
Brasil é isso aí
Em todo canto, por onde for
Por onde for (x3)
E o que resta pra nóiz: forca ou amor?
Força de um tambor de pele ou de chumbo
Seja como for, livre ou no jumbo,
A raiz fica
No riso dos pobres da cidade mais rica
Eu vou pintar o rosto e a rua
Igual criança pura
Catar a única esperança, alegria na fita, impasse
Batuque na marmita, apatia na face
Vem ver onde o Samba nasce, ladeira
Entender o segredo da capoeira
Na luta e na dança, truta, a cada round
Nocautes e nocautes que a TV não aplaude
Somos reis underground, matéria-prima
Macunaima no peito da América Latina
Hi-tech de terreiro, o sonho de Darcy Ribeiro
Dorme em cada Brasileiro
Do Oiapoque ao Chui
É isso que eu sou
Mistura de Tupi com sangue de nagô
Herdeiros de Zumbi
Batuque de tambor
Brasil é isso aí
Em todo canto, por onde for
Por onde for (x3)
Ele consegue resumir tudo em uma bellissima poesia. Bravo!