Se o gigante havia de fato acordado durante os protestos de junho de 2013, pode-se garantir que hoje ele já está de volta em sono profundo. Depois de inúmeras manifestações pelas ruas, o Brasil elegeu, no último dia 5, o Congresso mais conservador pós-1964.
A informação é do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), que atribui o novo status ao aumento de militares, religiosos, ruralistas e outros segmentos mais ligados ao conservadorismo.
Se você pensou no ex-militar Jair Bolsonaro e no pastor Marco Feliciano como exemplos, parabéns. Os dois foram eleitos com quantidades significativas de votos e é bem provável que ajudem a manter temas como aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, descriminalização das drogas, entre outros liberais, na gaveta.
“Posso afirmar com segurança que houve retrocesso em relação a essas pautas. Se no atual Congresso houve dificuldade para que elas properassem, no próximo isso será muito mais ampliado. Houve uma redução de quem defendia essa pauta no Parlamento e praticamente dobrou (o número de) quem é contra”, afirmou Antônio Augusto Queiroz, diretor do DIAP, ao Estadão.
Por outro lado, temas como a diminuição da maioridade penal, considerada uma proposta conservadora, poderão passar sem muitos problemas pelo Congresso, ainda mais se Aécio Neves for eleito presidente.
“Isso é produto da alienação. Quem foi pra rua, em grande medida, foi pedindo mudanças. Mas sem ter uma liderança capaz de direcionar e coordenar (o movimento). Era ‘contra tudo o que está aí”, disse Queiroz. “As pessoas não sabem o que fazem as instituições e se você não tem esse domínio, é trágico.”
Vi no Estadão.
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