Atualizado em 08/01/2016
RAP com funk ou funk com RAP? Junte o melhor dos dois!
Só de olhar a lista de músicas cê já nota alguma coisa: o gosto do rapper por filmes. Entre nomes de músicas e referências em diversas letras, Funkero cita dezenas deles e traz um pouco da sétima arte para a sua própria.
Entre todas referências, destacaria “De volta pro futuro” e “V de Vingança“. A primeira não exatamente pelo filme, mas por esse desejo de viajar no tempo que é comum à maioria da população mundial.
Já a segunda, o destaque é a recorrência. Além de Funkero, o rapper Rashid também já havia feito uma música com o mesmo nome. Por mais que a “vingança seja um prato que se come frio”, é um sentimento “bom pra colocar na rima”, pois ele pode ser descrito em vários níveis, como fisicamente, quebrando tudo, e emocionalmente, na vingança por meio de conquistas.
Além do clipe de “De volta pro futuro”, dirigido pelo Rabu Gonzales, Funkero também produziu alguns “street videos” pra divulgar outros sons do CD e divulgar o próprio CD por tabela.
Como mencionei no começo, o principal do disco é essa mistura do funk com o RAP. Enquanto a população não pode nem ouvir falar em funk, a maioria dos artistas não deixam de notar suas qualidades, criticando apenas a maior parte das letras atuais.
Pois então, Funkero pegou o melhor dos dois: junto a batida e o ritmo contagiante do funk com as letras de mensagem do RAP. O resultado é sensacional! Talvez mude a opinião de muita gente sobre o funk. Além de Funkeiro, Emicida e Sany Pitbull fizeram essa união uma vez, também com um bom resultado.
Mas, acima de tudo, há dois sons que precisam ser destacados urgentemente: a parceria fodida com o rapper Chino, do Oriente, que pra é um dos melhores nomes da “nova nova geração” de MC, na música “Sociedade dos Poetas Mortos“, que tem ainda uma entrada do Raul Seixas;
O outro é, na minha opinião, a melhor música do CD e um dos melhores RAPs do ano: “Teoria da Conspiração“, com Shaw e Ogi. A parceria é mais do que especial, até pela temática escolhida. O uso da passagem de “Alice no País das Maravilhas” foi muito bem escolhido; tudo a ver com o nome da música. Como diria o outro: ignorância é uma benção (infelizmente, tem sido uma benção pras pessoas erradas)!
Como eu já disse lá no começo, Funkero não teve até então o reconhecimento merecido. Entretanto, acredito que a mixtape “Em carne viva” possa fazer uma grande diferença.
Primeiro porque a ligação com os filmes deve relacionar com bastante gente, afinal é difícil alguém que não curta. Segundo porque tem umas parcerias muito fodas. Terceiro porque, vamos combinar, a mixtape ficou boa demais!
Em carne viva – Funkero
01 – Funkero – De Volta Pro Futuro (prod.Dj Caique)
02 – Funkero – Um Drink No Inferno (prod.Scott Beats)
03 – Funkero – Alta Velocidade (Debbie Deb extend mix)
04 – Funkero – V de Vingança (prod.Goribeatzz)
05 – Funkero pt.Shaw e Ogi – Teoria Da Conspiração (prod.Shaw)
06 – Funkero – Chapa Quente (prod.Cyber)
07 – Funkero – Perfume de Mulher (prod.Neguim Beats)
08 – Funkero pt.Gordo, Essiele – Sem Limite (prod.Neguim Beats)
09 – Funkero – Lamento (prod.Neguim Beats)
10 – Funkero pt.Chino – Poetas Mortos (prod.Neguim Beats)
11 – Funkero – Adeus (prod.Xará)
12 – Funkero pt.Mamut – Chuva de Bala (prod.LK)
13 – Funkero – Noticias de uma guerra particular (prod.Goribeatzz)
“Talvez mude a opinião de muita gente sobre o funk”, pode ter certeza ki isso não vai acontecer, pois a aversão da maioria das pessoas concientes não é contra as batidas e sim contra as letras do “funk carioca” (como está sendo classificado), o que o Funkero faz é usar as batidas e até mesmo o estilo de rima, mas as letras tem sentido e falam de coisas relevantes e não só de sexo, drogas, armas e dinheiro.