Lançado em 2013, o clipe “Falsa abolição”, do Tarja Preta, um dos destaques do ano de acordo com o nosso site, trazia uma questão pontual sobre o racismo no Brasil: “meninas negras não brincam com bonecas pretas”.
Pode parecer pequeno, mas são os detalhes enraizados no dia a dia que moldam a sociedade. Assim como as piadas que são passadas de pai pra filho, como cantou Gabriel o Pensador, e até a falta de produtos específicos para pele negra e cabelo afro, mostrados por Thiago Elniño em “Amigo branco“.
Mas, as coisas caminham para um novo rumo, pelo menos no quesito das bonecas. Em 2008, quando saiu para comprar um presente para a sobrinha e se deparou com a questão, o nigeriano Taofick Okoya decidiu fabricar bonecas que pudessem dar as crianças do seu país uma identificação maior.
Intitulada “Queens of Africa” (“Rainhas da África”), a empresa tem hoje seis modelos de bonecas, que refletem os três maiores grupos étnicos do país: Hausa, Igbo e Yoruba. Embora houve uma certa resistência no começo, hoje elas já vendem mais no país do que as “Barbie”.
“A ideia é promover a autoaceitação e a confiança nas crianças africanas e nigerianas. Queria que elas gostassem de si mesmas e de sua raça. Percebi que a superexposição a bonecas e personagens brancos fazia com que elas desejassem ser brancas”, disse Okoya ao G1.
Até o momento, a empresa vende apenas na Nigéria, mas deve chegar ao mercado online até o final do ano, além de ter empresas interessadas na revenda em outros países da África, na Europa, Estados Unidos e até no Brasil.
Por aqui, quem parece se destacar é a “Doutora Brinquedo”, série infantil do Disney Channel que conta a história de uma menina negra de 6 anos que conserta brinquedos com a ajuda de seus ursinhos de pelúcia.
De acordo com o Blue Blus, os produtos da série, originalmente conhecida como “Doc McStuffins”, venderam pelo mundo 500 milhões de dólares, no ano passado; ela caminha para “se tornar a boneca inspirada em um personagem afro-americano mais vendida de todos os tempos”.
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