Atualizado em 02/11/2012
O grito de “Independência ou morte!” nunca fez tanto sentido. O selo musical independente Laboratório Fantasma, do rapper Emicida, assinou com o grupo musical Mão de Oito e deu a dica: a gravadora precisa do artista, não o contrário.
Historicamente, a independência sempre foi ligada a batalhas nas quais a “minoria” lutava para se desvencilhar de seus “comandantes”. Por mais que as ligações tivessem um cunho bastante burocrático, com contratos e etc, o “Dia da Independência” na maioria das vezes era alcançado por meios físicos, verdadeiras guerras. Convenhamos, guardadas as devidas proporções, é o que acontece hoje em dia na música e é uma forte realidade no RAP Brasileiro.
As gravadoras prendem os artistas, cobram altos preços na venda dos cds, não levando a música a tantos lugares como deveriam, ou seja, visam, muitas vezes, apenas o seu próprio benefício. Assim, o artista que quer realmente fazer a diferença precisa fazer por conta própria, ser independente. A guerra do dia a dia é dura, a sobrevivência, mas a vitória é com certeza muito mais saborosa.
Por isso, a parceria representada na imagem acima é tão importante. Quando a Laboratório Fantasma, selo musical independente do Emicida, assina um artista ou um grupo musical como o Mão de Oito, ou seja, fora do próprio RAP, eles deixam claro que a música como um todo pode caminhar com suas próprias pernas e que o que vinha sendo cultuado até hoje estava errado: os artistas deveriam prender as gravadoras e não o contrário, pois está mais do que visível que elas dependem mais deles do que eles delas.
Aliás, não só pra música num geral, mas a parceria é bastante boa pros dois lados. Do lado da Laboratório Fantasma, os caras fortificam ainda mais sua presença no meio musical e expandem além RAP. Pro Mão de Oito, o alcance atual do Emicida e seu selo é gigantesco, divulgando ainda mais o grupo. Tanto é verdade que a parceria “não-oficial” já é de alguns anos: membros do grupo já haviam participado de músicas como “Eu tô bem” e “Eu gosto dela“, do rapper.
Claro, não sabemos o conteúdo da parceria firmada, mas se pudermos usar o trabalho até aqui da Laboratório Fantasma como exemplo, é esperado um resultado, no mínimo, acessível e abrangente. Aliás, a julgar pelas notas em cima da mesa, será que teremos “música boa por 2 reais” também nesse cd? O certo é que com o alcance do Emicida e de seu selo, e a ideia de que novos nomes devem se juntar, podemos ver uma boa tendência crescendo e cada vez mais força no movimento independente no Brasil.
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