Gibi do Coronel Telhada: história em quadrinhos ou livro de piada?

Atualizado em 09/01/2016

Cês viram que o Coronel Telhada lançou uma revista em quadrinhos inspirada nas suas histórias como PM? É, caros leitores e leitoras, o ex-comandante da ROTA (Ronda Ostensiva Tobias Aguiar), uma das policias mais violentas do Brasil, e atual vereador pelo PSDB-SP, vai aparecer como exemplo para um monte de garotinhos e garotinhas em fase de crescimento.

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Ao contrário de outr@s apaixonad@s pela cultura Hip Hop, não sou contra a polícia, de maneira geral. Assim como em todas áreas, acredito que exista o lado bom e o lado ruim. E, embora me pareça irresponsabilidade demais “pintar” um exterminador como herói nacional, uma piada de completo mau gosto, a ação é válida (dentro da lei, possivelmente, não li a obra).

Entretanto, o ambiente em que ela é concebida é que cheira mal. De acordo com o UOL, o coronel teria gasto R$49 mil de verba pública para produzir as revistinhas. Ele nega, afirmando que todo pagamento veio de empresas patrocinadoras e foram investidos R$20 mil.

Mas, os números deixam uma grande dúvida no ar. Ainda de acordo com a matéria, em consulta à seção “Transparência” do site da Câmara dos Vereadores de São Paulo, a K9, empresa que produziu a brincadeira toda, recebeu R$58.381 para diagramação, arte e impressão gráfica dos materiais para uso diário pelo vereador. Sendo que a média de gastos com o mesmo material d@s outr@s 55 vereador@s nesse mesmo período foi de R$29 mil.

Pra completar, antes da K9 entrar na jogada, Telhada gastava apenas R$307 por mês com diagramação, arte e impressão gráfica! O que será que mudou nas necessidades cotidianas do vereador para aumentar os gastos com impressão para mais de R$6 mil mensais?

Tudo bem que não existe uma comprovação clara do uso do dinheiro público para pagar o gibi, mas as “coincidências” são enormes, escandalosas e dignas de, no mínimo, uma investigação bem mais minuciosa.

Ah, e, convenhamos, a ROTA, defensora do “bandido bom é bandido morto”, já apagou jovens da periferia com bem menos provas do que essas…

Com informações do UOL.