Atualizado em 10/04/2014
Entre idas e vindas, desde 2007, o Duelo de MCs de BH, um dos eventos de freestyle mais conhecidos no Brasil, acontece em um espaço público e de forma gratuita em Belo Horizonte.
Embora problemas com a prefeitura sejam cotidianos, o evento nunca antes havia ficado sem o alvará necessário para sua realização (por causa dos aparelhos de som).
Como você bem leu: nunca ANTES. Agora, o Duelo já está há 4 meses sem a permissão e, como escreve o coletivo Família de Rua, organizador da parada, “a cada posicionamento a Prefeitura adia ainda mais a liberação dos encontros”.
Primeiro, as autoridades passaram a cobrar uma taxa de 700 reais por evento, nunca antes cobrada e, de acordo com o procurador geral do município, Rúsvel Beltrame, desnecessária, visto que o evento acontece em caráter independente e apartidário.
“As taxas cobradas agora pela PBH são relativas à taxa de licenciamento, no valor de R$ 144, além de R$ 0,85 por metro quadrado utilizado. Tem também a obrigatoriedade de locação de banheiro químico, que custa uma média de R$ 600 por edição”, informou Pedro Valentim, do coletivo, à Noisey.
Em uma reunião realizada na última quinta-feira (27) entre os organizadores e a prefeitura, esta propôs que, em contrapartida, houvesse a realização dos mesmos eventos e outros nos centros culturais da cidade.
“Consideramos a proposta da prefeitura um absurdo e, portanto, não a acatamos. Isso significa que continuamos impedidos arbitrariamente de realizar o Duelo e o Game e de exercer nosso direito legítimo de ocupar os espaços da cidade com o hip hop e o skate”, lia-se em uma nota publicada na página do coletivo.
De acordo com eles, “por que precisamos fazer de novo e em um espaço institucional o que já realizamos publicamente nas ruas da cidade?”.
Pra completar a brincadeira, porque isso só pode ser uma piada, os figurões ainda informaram que o Duelo não poderá mais acontecer na Praça João Pessoa, que havia sido cedida para substituir o Viaduto Santa Tereza, local consagrado da realização do evento, que está em obras.
“Foi criado um movimento chamado Viaduto Ocupado para exigir a transparência e a participação popular no contexto dessa obra, e estamos nessa luta também. Chamamos um duelo na última sexta, dia 21, na porta da prefeitura em protesto. Deu uma repercussão massa. Eles recuaram, nos chamaram pra essa reunião de ontem [dia 27], e nos deram essa facada nas costas, com a história das contrapartidas”, contou Valentim à mesma matéria.
Escrito com informações da Noisey.
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