Na última segunda-feira (24), a Maquinna Filmes disponibilizou vídeo com entrevista do Emicida, direto da Laboratório Fantasma.
O rapper comentou sobre a sua ligação com o Samba, desde a infância quando frequentou várias escolas do gênero, renomadas pelos desfiles de Carnaval, e escolheu seus cinco sambistas favoritos.
Recentemente, Emicida já havia visitado a Discoteca Oneyda Alvarenga e selecionado alguns discos de sua preferência. Entre eles, trabalhos de Adoniran e Cartola, que voltam a ser listados por ele.
A entrevista foi divulgada na semana do Carnaval, momento bastante propício para falar de Samba. Embora o rapper já tenha feito uma música criticando o rumo que a festa tomou nos últimos anos, ele nunca escondeu sua paixão pelo gênero musical.
Confira a lista de sambistas favoritos do Emicida:
Adoniran Barbosa: “De quase todos os sambistas que eu escuto, daqui de São Paulo e até hoje de todos esses caras que cantaram São Paulo, o Adoniran tá num lugar muito privilegiado; ele desenhou uma São Paulo nos anos 60 e 70 que continua atual até nos dias de hoje”.
Cartola: “O que o Cartola fez com a poesia do Samba é impressionante porque quando cê observa que vários desses artistas não têm uma formação universitária, esses caras são a música da maneira mais intensa e a poesia deles é rica, digna da análise de vários intelectuais, do respeito de vários intelectuais que são de fora da favela.”
Martinho da Vila: “Ele virou a chave. Do Samba-canção pro Samba que a gente escuta hoje. […] Ele trouxe o Samba de Partido Alto para mais olhares. É uma parada encantadora. A coisa de pesquisa dele com relação à música africana, com a identidade do negro brasileiro também, é uma coisa que faz ele se tornar um cara cada vez mais valioso.”
Paulinho da Viola: “Eu tinha um disco do Paulinho da Viola, um que tem uma réplica do autógrafo dele na capa, eu achei no sebo. Eu jurava que o disco era autografado de verdade. Quando eu achei outro, eu fiquei tão decepcionado. […] O Paulinho tem aquele negócio de ser um gentleman do Samba, desde o timbre de voz, da maneira calma como ele canta, da maneira como ele deixa tudo tranquilo com o jeito dele de falar e cantar. É um cara que eu nunca tive a oportunidade de ver ao vivo, eu gostaria muito de ver porque sou muito fã.”
Arlindo Cruz: “Ele vem um pouco depois desses caras, mas dando continuidade a toda essa história de uma forma muito bonita. […] Ele tem a caneta muito pesada. Pra mim, ele é do nível de todos esses caras aí. […] Em todas as vezes que eu olho pra ele [se apresentando], eu fico estupefato. Agradeço a Deus por ser contemporâneo.”
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