Atualizado em 07/01/2016
No último dia 10, GOG e Renegado estiveram com a Comissão de Cultura para debater o Projeto de Lei (PL) 3/2011, do então deputado Maurício Rands (PT/PE), que visa reconhecer o Hip Hop como manifestação da cultura popular brasileira.
No ano que vem, um relatório sobre o projeto deverá ser apresentado pela deputada Luciana Santos (PCdoB/PE), que, com o debate, tinha a intenção de colher as opiniões dos integrantes da cultura.
– Outro Projeto de Lei: Romário quer regulamentar o Hip Hop.
Entretanto, muito além de discutir apenas o PL, os convidados também deram suas opiniões sobre o ambiente no qual ele está sendo inserido.
“De forma geral, todo mundo quer ser reconhecido. Só que existe uma contradição entre a homenagem e o momento em que a gente vive no Brasil, principalmente a juventude negra. O hip hop é um movimento negro e nunca se matou tanto jovem negro no Brasil através do braço armado do Estado”, comentou GOG. “O hip hop não conhece o projeto de lei e não vai engolir nada de cima para baixo. Mas queremos saber, conhecer, discutir. Precisamos de uma cultura de encontros. Vamos à Ceilândia, ao Capão Redondo, à Taguatinga. Vamos abrir essas audiências públicas à comunidade de verdade e levar essas discussões até lá”, completou.
A ideia é que o debate seja feito também em outros estados para ampliar a discussão e até o PL, tornando-o o que a relatora chamou de um “verdadeiro Estatuto do hip hop”.
“Hoje a gente tem um hip hop verde e amarelo. O rapper de hoje é o Griô do século 21. Nossa cultura é da oralidade e esse reconhecimento vai nos levar a discutir um outro momento, que é o de entender a nossa cadeia produtiva e usar esse reconhecimento como forma de geração de emprego, por exemplo. O Estado está aqui para tornar válido o que o povo já elegeu. Mas vamos tratar isso de forma mais organizada aos olhos do Estado, e com isso, vamos poder reivindicar mais do Estado também”, destacou também Renegado.
Além de reconhecer o Hip Hop como manifestação da cultura popular, o Projeto de Lei também decreta que todas as esferas administrativas devem incluir “as iniciativas de artistas e entidades sociais ligadas ao movimento, no rol de políticas públicas existentes naquele ente federativo”.
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