Atualizado em 22/09/2013
9 anos. 9 anos se passaram da morte de um dos grandes nomes do RAP Brasileiro: Mauro Mateus dos Santos, o Sabotage. Entretanto, mesmo que hoje, 24 de janeiro, seja a data exata do acontecimento, seria muito melhor lembrar de Sabota por todas suas conquistas e mensagens que nos deixou do que pelo covarde assassinato.
As homenagens começaram cedo. O rapper Projota tuitou três mensagens logo pela manhã usando a tag #SabotageEterno, que tornou-se uma das usadas durante o dia pelos fãs que desejavam prestar sua homenagem.
Após ele, outros tantos rappers apareceriam no twitter pra prestar suas homenagens a Sabota. Separamos três de grande expressão na cena atual:
Mas não foi só de colegas de profissão que se fizeram as homenagens. A mídia virtual voltada ao RAP compareceu em peso. O RAP Nacional surgiu com uma matéria da hora, como homenagem mesmo, e fez explodir a tag #9AnosSemSabotage, que ficou, por alguns minutos, entre a mais falada no twitter, no Brasil.
O +Soma também trouxe algo foda. Além de falar um pouco do rapper, os caras reuniram sete MCs pra falar sobre o Sabotage, suas músicas e o que aconteceria se ele não tivesse morrido. Sombra, Rincon Sapiência, Ogi, Don L, Projota, Kamau e Flow MC foram os escolhidos pelo post.
Sei que falei que seria da hora lembrá-lo apenas com coisas boas, mensagens positivas e tentar esquecer do real acontecido, mas com uma reportagem tão bem feita quanto a da Vice, fica difícil. Os caras foram por dentro do crime, juntando vários documentos. Ficou completaço, deu pra entender milicoisas. E ficou a pergunta: o corpo-mole da polícia não irá acabar nunca?
Além dos fatos, teve também muito “abstrato”. Homenagem a um rapper tem que ter muita poesia, pois essa é sua profissão “Ritmo e Poesia”. Lemos os versos de Renan Inquérito, resgatado de seu livro “Poucas Palavras“, com a poesia “Respeito é pra quem tem“. O “Suburbano Convicto”, Alessandro Buzo, que também faz matérias sobre cultura de rua pro SPTV, deixou suas palavras de homenagem no post #9AnosSemSabotagem, em seu blog. Além das palavras, a voz de Sérgio Vaz, um dos caras que mais admiro pela inteligência e versos fodas, deu toque especial às homenagens poéticas a Sabotage:
E, em meio a citações, poemas e declarações, uma lembrança chamou a atenção. Daniel Ganjaman, um dos produtores do disco “Nó na Orelha“, do Criolo, e amigo de Sabota, deixou algumas palavras no blog da Seleta Coletiva. Intitulado “Ao mestre, com carinho“, o post bastante pessoal de Ganjaman emociona pela sua simplicidade e ao mesmo tempo profundidade de quem realmente sente a perda de alguém próximo. Mais do que um ídolo, um amigo. E mais, o produtor ainda fala do disco póstumo que ele está produzindo… vai dizer, seria uma puta homenagem ao rapper!
Enfim, são 9 anos esperando surgir “um novo Sabota” e apenas uma conclusão alcançada: é impossível. Sabotage era incrível, ímpar. Como muitos citaram, ele foi um dos primeiros, se não o primeiro, rappers a quebrar essa barreira do RAP, a pensar fora da caixa. Não só ao juntar seu RAP com outros estilos musicais, mas ele já havia ido a programas de TV, gravado filmes. Ele estava na mídia e não tinha vergonha disso. Sabotage era um gênio à frente de seu tempo. Se hoje o RAP Brasileiro é vencedor de prêmios e tem seus artistas e suas mensagens conhecidas Brasil afora, muito se deve à sua influência.
Não sei o que mudaria no RAP se ele ainda estivesse vivo. Não o conhecia como as pessoas citadas neste post, mas gosto de imaginar que ele estaria orgulhoso do que tem sido feito com algo que ele defendeu tanto…
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