Após sofrer atentado, graffiteiro larga a criminalidade pra ser educador social

A história do mineiro Dequete se confunde com a de tantos outros jovens que sofreram com a desestruturação familiar.

Após perder o pai e ver a mãe ser agredida pelo seu novo companheiro, ele cresceu mais introspectivo e não demorou muito para andar com gangues e se envolver em brigas e assaltos.

Em uma ocasião, sofreu um atentado e levou seis tiros de uma gangue rival, como forma desta dar o exemplo para os outros jovens com que ele andava.

“Meus amigos me apelidaram de The Cat (o gato) depois que levei seis tiros à queima roupa; ainda tenho uma bala alojada na minha cabeça. Então, como não morri, eles colocaram esse nome por falarem que os felinos possuem sete vidas, e como foram seis tiros, foi como se eu tivesse gastado seis vidas. Então, faz 13 anos que eu ganhei essa chance, e estou aproveitando e trabalhando com o graffite desde então”, contou ao G1.

Graduado como professor de artes e atraído pelo pixo desde a adolescência, Dequete passou a espalhar sua arte pelas ruas de Uberlândia e começou a trabalhar como educador social em escolas dos bairros Dom Almir e Morumbi.

“São bairros onde os índices de homicídios são altos e muitas vezes eles só vão aos bailes funk. Então levamos o graffite através da política pública do programa ‘Fica vivo’ que atende os jovens que estão ligados diretamente com a criminalidade. Procuro saber dos jovens quais são seus anseios e seus desejos e por toda minha história, de ter feito parte da criminalidade e ter quase morrido, eu consigo ter uma liberdade maior com esse público”, disse à mesma matéria.

“Queremos mostrar que eles podem mais. Para aqueles se interessam, o graffite pode ser uma forma de ganho, além de ser uma forma de lazer e relaxamento, ele serve como trabalho”, concluiu.

Vi no G1.

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