Na última quinta-feira (3), a Laboratório Fantasma, selo do Emicida, publicou em sua página no Facebook uma nota de apoio às mulheres em relação à campanha “Eu não mereço ser estuprada”.
A campanha surgiu depois que uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostrou que uma boa quantidade de pessoas concordava com as seguintes frases: “se as mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros” e “mulher que usa roupa curta merece ser atacada”.
“Lamentável, deprimente, mas sem novidade: vivemos em uma sociedade machista, retrógrada e preconceituosa. A pesquisa é um fragmento deste retrato”, concluía a nota para então entrar no verdadeiro motivo da publicação.
Sem citar nomes, a nota questiona os MCs que, através de suas redes sociais, tentaram “justificar/’explicar’ aos fãs o discurso lamentável que orbita aquele raciocínio ‘mulher que usa roupa curta tá, sim, querendo ser estuprada'”.
A autora/o autor segue ressaltando a disparidade do discurso desses integrantes da cultura Hip Hop e o discurso do próprio movimento desde sempre, para então convidar à reflexão sobre o que estamos plantando (também título do texto).
“Onde estão agora os patrulheiros do hip hop, que se dizem o ‘rap’ na essência, tão bons pra fazer alarde, cheios de energia para se indignar e atacar o MC que vai à TV, grava com alguém ‘pop’, tem música na novela etc. Diante do preconceito contra a mulher, ficam ‘vendidos’ – palavra que essa ala adora?”, conclui.
– Leia a nota completa na página da Laboratório Fantasma;
– RET afirma ser machista, mas apaga publicação “em respeito à causa feminista”;
– Lívia Cruz amplia debate sobre machismo: “Não é o RAP que é machista, o mundo que é”.
Em caráter informativo, vale lembrar que no ano passado o próprio Emicida esteve envolvido em uma polêmica com grupos feministas por causa da música “Trepadeira”, do CD “O glorioso retorno de quem nunca esteve aqui”.
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