Emicida nunca se escondeu dos assuntos políticos. Contestador, o rapper sempre foi além das letras e já deu vários depoimentos reforçando suas opiniões, seja em algum veículo de comunicação ou através da sua página no Facebook/perfil no Twitter.
Nesta terça-feira (14), ele publicou um texto exclusivo no site da Ponte – o mesmo veículo que fez a ótima entrevista com ele sobre o racismo – sobre democracia e a atual disputa de segundo turno pela Presidência do País entre Dilma Rousseff (PT), atual presidenta, e Aécio Neves (PSDB).
Emicida abre o texto se aprofundando nos significados de democracia e voltando lá no início, na democracia de Atenas, na Grécia Antiga, quando o “povo” era formado, basicamente, pela elite masculina. Em seguida, ele lembra as palavras de Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, que disse que os votos ao PT foram dados por pessoas “menos informadas”.
Assim, mesmo que de forma indireta, o rapper sugere que o governo de FHC tinha muito a ver com a democracia ateniense, um governo voltado para a elite. Levando em consideração a proximidade entre FHC e Aécio, ele não demora a revelar seu voto.
“Votarei Dilma no segundo turno pela continuidade de um projeto de Brasil que conseguiu cravar o social no discurso do mais reacionário dos candidatos: se Aécio Neves hoje tenta puxar para si e para seu partido a paternidade de um programa como o Bolsa Família – que até pouco tempo ele e seus correligionários chamavam de bolsa esmola -, então foi virada uma chave muito significativa nos últimos 12 anos. Eu quero que mais chaves como essa sejam viradas”, escreveu.
Depois, Emicida comenta os anos 90, dominados pelo PSDB, e questiona se conseguiria o sucesso que conseguiu hoje como empreendedor naquela época. Ele também compara os benefícios alcançados pelos projetos sociais do PT com os deboches feitos por eleitores opositores.
Uma das consequências desses investimentos é o aumento da autoestima. O rapper cita uma pesquisa do Censo que mostra que muito mais pessoas se declaram negras ou pardas.
“Não acho que tivemos um governo que mereça calorosos aplausos no que diz respeito a construir um Brasil etnicamente mais justo. Não tivemos isso em toda a história do Brasil, mas dentro de um campo notadamente conservador e, por que não dizer, racista, o PT iniciou mudanças que acredito serem fundamentais para alcançar o Brasil que eu quero que minha filha conheça”, declara.
Vi no site da Ponte e recomendo que leiam o texto completo.
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