Eduardo fala sobre Mano Brown e militância: “o RAP é apenas um estilo musical”

Se a facilidade que a Internet trouxe em expandir o alcance da comunicação ainda não atraiu Eduardo a fazer publicações periódicas em uma página no Facebook e afins, vídeos de suas palestras, principal meio que tem usado para trocar uma ideia com o público depois que deixou o Facção Central, pipocam regularmente pela rede.

A maioria contém assuntos e respostas muito parecidas, mas, de vez em quando, é possível encontrar alguma informação diferente e relevante.

Recentemente, ele esteve no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, na Casa de Cultura Mário Quintana, o rapper foi perguntado sobre Mano Brown, do Racionais.

“Em relação ao Brown, é um mano que num dado momento da carreira dele eu também ouvia e aprendi muita coisa vendo show dos caras; o rap é isso, é um aprendizado completo. De repente, aquilo que eu não falei, o mano falou”, respondeu citando ainda Realidade Cruel e GOG.

Embora não saibamos qual pergunta foi feita exatamente, é bem fácil de se imaginar pelo tom da resposta e dos últimos acontecimentos no RAP Brasileiro.

Várias rixas têm sido criadas pelo público que critica certos grupos, até mesmo os da antiga, e manipula certas letras do Facção (ainda na época do Eduardo) para parecer que este está os criticando.

Até por isso, o restante do vídeo captado é ainda mais importante de ser espalhado. Eduardo deu uma visão bastante completa sobre o cenário atual e a militância dos envolvidos.

“Muitas vezes a gente se apega em motivos banais pra ter discórdia entre nós. ‘Ah, fulano canta isso; ciclano canta aquilo’, eu falo ‘porra, não escuta'”, afirmou. “O RAP é muito pequeno perto do que a gente tá fazendo hoje aqui. Isto transcende a música. Independente de gênero musical, todo mundo aqui tá sendo aceito. […]. Quanto mais a gente vai pontuando coisas negativas em fulano e ciclano, mais a gente vai se dividindo. O RAP é apenas um estilo musical. Se tiver o cara que quer ser militante, firmeza; se não tiver, firmeza também. Não tem um estatuto do RAP onde você assina dizendo que é obrigatório fazer militância política, onde é obrigatório você vir aqui trocar ideia com o público. Cada um faz aquilo que tá no coração. Eu to aqui porque eu acho que é o ideal, o correto; tem mano que acha que só precisa cantar, firmeza também”, completou.

Um comentário

  1. prymobrown
    17/07/2015
    Responder

    Ritmo e poesia protesto é a base tirou isso fica só a futilidade

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